quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A voz dos poetas


Há décadas que a artista divulga a poesia africana nos palcos lisboetas

Elsa de Noronha, uma mulher madura, com a garra de uma adolescente inconformada, levou África a empresas de operários como a Lisnave, a associações recreativas, bares, escolas, universidades, prisões, a congressos e lançamentos de livros, a salas de espectáculos e ao Centro Cultural de Belém.

A partir de 1984, passou a fazer da arte de dizer poesia a sua profissão, reformando-se do professorado em contabilidade. Hoje possui um roteiro das actuações, com várias opções de poesia e de duração. Como adereços, pede uma cadeira — uma perna doente obriga-a a sentar-se nos intervalos — e duas flores.

Muitas vezes não cobra nada, tal como aconteceu recentemente num lar de idosos, outras apenas lhe pagam o transporte. “É difícil viver da arte!”, confessa a artista das palavras.

Através da sua forte voz, um dom que a leva, aos 75 anos, a aprender rituais negros numa escola da Amadora, Elsa de Noronha divulga poetas dos oito países que falam português assim como os poetas de Goa, Macau e de outros lugares onde se fez poesia e ainda existem resquícios da língua comum

Esta declamadora africana tem a peculiaridade de enquadrar os sons dos tambores, o “ronronar” do comboio, o ritmo dos mineiros ou o som dos batuques nos poemas. “Estudo os poemas e recrio--os”, disse.

in http://www.opais.net/pt/

3 comentários:

Jelicopedres disse...

Vou aguardar o tempo que for necessário para ouvir ao vivo essa voz que adivinho, doce e forte ao mesmo tempo!
Teresinha^_^)

O céu da Céu disse...

Mais uma voz para nos encantar,certamente!

Carolina disse...

Esperamos por ela!
;)