Não era só a voz o som a oitava
que ele queria sempre mais acima
nem sequer a palavra que nos dava
restituída ao tom de cada rima.
Era a tristeza dentro da alegria
era um fundo de festa na amargura
e a quase insuportável nostalgia
que trazia por dentro da ternura.
O corpo grande e a alma de menino
trazia no olhar aquele assombro
de quem queria caber e não cabia.
Os pés fora do berço e do destino
alguém o viu partir de viola ao ombro.
Era Outubro em Avintes. E chovia.
(poema de Manuel Alegre)
6 comentários:
25 anos depois do seu desaparecimento, apetece dizer,
- pergunto ao vento que passa, notícias, do meu país...
"...e o vento nada me diz"
Precisamos sempre de "vozes" que nos "digam" com alma e de uma forma límpida notícias "nossas". Que nos façam ver ao espelho! :))
Já ouvi falar desse nome ele era cantor ou poeta, um beijo.
Bela voz!
Belo poema!
Vale a pena ter uns aninhos e poder dizer que vivi,ouvi,conheci e vibrei com as canções /poemas de Adriano.
E no meu caso aprendi a gostar e a respeitar as chamadas canções ou fados de intervenção pela voz deste grande Senhor,que partiu demasiado cedo..." mesmo na noite mais triste,em tempos de servidão,há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não...." Manuel Alegre.Obgada lami
silvana
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