domingo, 7 de fevereiro de 2010

Morre lentamente...

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.


Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.


Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.


Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.


Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.


Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.


Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.


Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.


Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

9 comentários:

O céu da Céu disse...

Aqui está um texto para ler muitas vezes... pensar...repensar...Boa escolha,lami.BJS

lami disse...

É verdade Céu. Cada passo tenho necessidade de voltar a lê-lo e encontro sempre todo o sentido nestas palavras!

Jelicopedres disse...

"Eu não quero morrer lentamente..."

- Sejamos perseverantes, então!

Foi um Génio este Senhor Pablo Neruda, na
Arte de Dizer!
bj:)

arlete disse...

que bom reler um texto que nos faz acordar. fui á feira com chuva e depois à tarde abriu o sol, comprei e plantei uma maracujeira deseja-me sorte para o melhor fruto do mundo. Kandandu

lami disse...

Muita sorte Arlete para o "fruto da paixão"!
E eu plantei duas roseiras, uma amarela e outra vermelha!
Quero que elas floresçam e suavemente me façam agradecer estar viva....

Carolina disse...

Uns plantam uma maracujeira, outros colhem uma flor. Os pássaros cantam, as borboletas enfeitam o jardim e NÓS precisamos estar despertos e atentos às belezas que nos rodeiam!
;)

ASAS disse...

É mesmo isso Carolina se não queremos "morrer lentamente..."

ASAS disse...

Esta ASAS é LAMI :) sorry...

Sentidamente disse...

Em cada dia a dia, um novo passo no sentido procurado… fazendo da vida renovação e não rotina…
O cultivar uma planta, cuidá-la e esperar pelas suas flores ou frutos, também faz parte desse inovar e renovar constante…
Um abraço