sábado, 20 de outubro de 2007
terça-feira, 16 de outubro de 2007
ADRIANO
Não era só a voz o som a oitava
que ele queria sempre mais acima
nem sequer a palavra que nos dava
restituída ao tom de cada rima.
Era a tristeza dentro da alegria
era um fundo de festa na amargura
e a quase insuportável nostalgia
que trazia por dentro da ternura.
O corpo grande e a alma de menino
trazia no olhar aquele assombro
de quem queria caber e não cabia.
Os pés fora do berço e do destino
alguém o viu partir de viola ao ombro.
Era Outubro em Avintes. E chovia.
(poema de Manuel Alegre)
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Homenagem a Adriano Correia de Oliveira
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Niassa
“…O que é que leva alguém que não nasceu, nem sequer viveu em África, a situar a intriga de um romance, e logo do primeiro que publica, nos confins da província moçambicana do Niassa? Quanto sei, Francisco Camacho, jornalista laureado, visitou Moçambique no desempenho da profissão. Mas este livro não é uma compilação de reportagens, nem um patchwork de crónicas. É um romance que obedece às regras mais ortodoxas do género. Uma “notável” primeira obra? Podemos deixar o ditirambo de lado, garantindo, em seu lugar, três horas de leitura compulsiva. É evidente que, para quem, como eu, nasceu e viveu em Moçambique até aos 26 anos, o natural interesse na obra arrasta consigo exigência concomitante. A história divide-se entre Portugal e Moçambique, na actualidade, com breve entreacto em Angola, nos anos 1960…”
in Público , 11 de Maio de 2007
in Público , 11 de Maio de 2007
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Talvez...
Com o peso das horas e dos dias
O peito aperta o ar
Em agonia!
Por entre a água cristalina
Não há horizonte.
Carrego em mim a imensidão,
Bem no fundo não sei como erguer-me.
Pudesse eu lançar longe a opressão
E levantar alto a minha fronte!
Talvez num momento respirasse;
Talvez outro mundo existisse;
Talvez a agonia esvanecesse
E um manto suave me cobrisse…
O peito aperta o ar
Em agonia!
Por entre a água cristalina
Não há horizonte.
Carrego em mim a imensidão,
Bem no fundo não sei como erguer-me.
Pudesse eu lançar longe a opressão
E levantar alto a minha fronte!
Talvez num momento respirasse;
Talvez outro mundo existisse;
Talvez a agonia esvanecesse
E um manto suave me cobrisse…
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